Os últimos 250 anos têm vindo a marcar a primazia da máquina sobre o homem na actividade económica.A Revolução Industrial, iniciada na segunda metade do século XVIII, ditou o princípio do fim da manufactura e a mecanização dos processos produtivos em geral. Dois séculos mais tarde iniciou-se o processo de informatização Global, passando as máquinas a substituir não apenas a força braçal mas também operações de lógica e raciocínio com benefícios inegáveis para toda a Humanidade.
No entanto, e apesar de todas as revoluções tecnológicas que possam existir, as pessoas continuarão a ser a chave do sucesso da maioria das empresas, independentemente do seu nível de formação e da função desempenhada em cada uma delas. As máquinas podem ser mais rápidas e produtivas que as pessoas, mas dificilmente conseguirão superar a inteligência humana pelo que a capacidade de pensar, questionar e criticar continuará a ser um talento exclusivo do Homem.
Assim, é fundamental que a estrutura humana de cada organização seja delineada e planeada e se encontre permanentemente identificada com os objectivos globais da instituição com a qual colaboram.
Da mesma forma que o sucesso de um exército ou de uma equipe de futebol é directamente proporcional à capacidade de liderança, organização e planeamento dos seus responsáveis, também as empresas devem definir com rigor os seus objectivos de curto, médio e longo prazo, os melhores caminhos para os atingir e as tarefas que cada elemento de uma organização deve desempenhar. A isto chama-se alinhar a organização, implicando todos num processo global que a todos diz respeito e cujos resultados a todos beneficiará.
Implicar significa envolver e comprometer alguém num assunto ou circunstância. No caso concreto das empresas significa que as pessoas têm que se identificar e participar no processo de organização. Cada um na sua função deve analisar activamente as suas tarefas e pensar em alternativas para que as mesmas sejam executadas de forma eficaz e eficiente. Não existindo autonomia de decisão sobre o modo de executar as tarefas, devem as mesmas ser sugeridas no âmbito de um processo de discussão interno com a estrutura directiva da empresa. Os órgãos hierárquicos superiores devem ter a abertura suficiente para questionar a opinião dos seus subordinados, mas também estes devem ter uma posição critica sobre as suas tarefas, sugerindo eventuais melhorias nos processos que possam beneficiar o todo.
Assim, cabe aos líderes das organizações criar um ambiente de abertura ao diálogo, promovendo a divulgação dos objectivos globais, departamentais e individuais, disponibilizando-se para ouvir e discutir sugestões numa lógica top/down e down/top, analisando e argumentando a cada momento as razões para as decisões posteriormente tomadas.
Este processo de implicação e alinhamento é uma das componentes básicas da motivação que seguramente originarão resultados positivos para todas as organizações que as implementem e, transformando-se em resultados, beneficiarão financeiramente todos quanto nela participam.
António Vale
Managing Partner – Value Added Partners
[photo credit:Kevin Dooley]