Pedro Antunes, consultor da Value Added Partners, dramatiza o envolvimento dos membros da organização nesta ferramenta que uniformiza processos operacionais.
 

Os Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ) são um apoio à gestão da empresa,que disponibilizam ferramentas que visam a organização, sistematização e uniformização dos processos operacionais, ao nível dos recursos humanos, físicos (equipamentos e infra-estruturas) e ainda documentais. Ora, a eficácia e eficiência dos processos devem estar em constante melhoria contínua, seguindo a metodologia PDCA (“Plan;Do; Check; Act”), para responder às necessidades e expectativas dos clientes e para assegurar uma evolução dinâmica do SGQ.

Pedro Antunes, consultor de sistemas de gestão organizacional da Value Added Partners, aponta que entre as grandes dificuldades na implementação de um SGQ é a falta de formação e conhecimento dos colaboradores acerca dos seus princípios, objectivos e mais-valias. “Este facto, na maioria das vezes, remete-os para uma rejeição contínua e crescente das práticas inerentes a um SGQ, que se pretendem implementar, preferindo manter as práticas que sempre realizaram”.

Outro factor relevante na implementação de um SGQ resulta da relação que o consultor consegue criar com todos os membros da organização, da gestão de topo aos operacionais, que contribuirá para que todos sintam que contribuíram para a construção do sistema. Transmitir essas práticas como “algo criado à imagem de cada uma das actividades desenvolvidas por cada um, nas funções que lhe competem na organização, é fundamental para o sucesso da implementação de um SGQ”, sustenta Pedro Antunes, aconselhando que se sigam estes quatro passos.

Soluções

1.Verificar o tipo de organização e identificar a árvore hierárquica da empresa, nível de formação dos trabalhadores e gestor da empresa e apontar processos que vão constituir o SGQ.
2. Analisar práticas existentes na organização e validar o que não choque com requisitos do SGQ; ouvir o colaborador ligado ao procedimento a reformular; mudanças devem ser-lhes demonstradas de acordo com os requisitos da norma; o consultor deve criar empatia para haver empenho na acção.
3. Após implementar processos ou instruções de trabalho, deve acompanhar o colaborador numa óptica “saber fazer”, para que se sinta seguro e familiarizado com práticas e registos inerentes ao SGQ. O gestor da empresa, responsável máximo do SGQ, deve demonstrar empenho na
implementação.
4. Criar indicadores e metas de monitorização mensuráveis e perceptíveis para os colaboradores. O sistema documental deve ser simples para desburocratizar o SGQ. Funções, mapa hierárquico e responsabilidades devem também ser claros.
António Larguesa
Jornal de Negócios
24/06/2014